Profissionais do setor solar realizam manifestação em defesa da energia solar fotovoltaica em Brasília

15 jun 2021

Bandeiras, capacetes, placas, balões e camisetas amarelas. No olhar, esperança e fé em um setor que gerou mais de meio milhão de empregos no Brasil. O protesto “Brasil, diga sim à Energia Solar” foi um marco para história do setor. Realizado no dia 08 de junho de 2021, o manifesto reuniu centenas de pessoas. Empresas, entidades, associações e deputados marcaram presença, e enaltecerem o movimento. Caravanas do Sul, Sudeste, Norte e do Nordeste chamaram atenção, e mostraram a força da energia solar no Brasil. Na esplanada dos Ministérios, em frente ao Congresso Nacional, em Brasília- DF, manifestantes montaram uma cruz com placas solares, para retratar o atual momento vivido pelo setor. “É um momento ímpar, um momento único para o Brasil. Precisamos que todos se mobilizem, para que salvemos a energia solar no Brasil”, disse Sandro Santana, um dos organizadores da ação.

A manifestação em prol da energia solar teve o intuito de pressionar os deputados federais, para que votem o PL 5829 (Projeto de Lei n.º 5829/2019), que garante um marco regulatório para geração distribuída e modifica regras para consumidores-geradores remotos. A proposta de Silas Câmara (Republicanos-AM), representada pelo relator e parlamentar, Lafayette de Andrada (Republicanos/MG),pede que o consumidor tenha autonomia para gerar sua própria energia elétrica, sem que receba taxações extras por isso. O PL também estende a cobrança de encargos e tarifas de uso dos sistemas de transmissão e de distribuição aos micros e minigeradores de energia elétrica. Segundo os líderes, o projeto de lei trará segurança jurídica para o setor solar.

Deputado Lafayette de Andrada (Republicanos/MG).

“Temos que lutar pela energia limpa, temos que lutar pela energia barata, energia para os brasileiros, energia brasileira para nós. Precisamos de independência energética para os cidadãos. Cada um de nós precisa ter o direito de saber o que quer, e fazer o que bem quer, para o bem do nosso país. Meus amigos, eu tenho a plena convicção que muito breve, estaremos aqui para comemorar”, disse Lafayette de Andrada.

Em cima de um trio elétrico, representantes da ABSOLAR, ABGD, Movimento Brasil Solar, deputados e empresas discursaram e interagiram com as diversas pessoas da manifestação. “Muito importante o esforço. Isso vai permear na câmara. Trabalho voluntário, trabalho difícil. Um trabalho orgânico importante para ir contra interesses estabelecidos. Interesse de quem não quer ver o nosso crescimento. Estamos há meses longe de família, visitando gabinetes”, disse Ronaldo Koloszuk, Presidente do Conselho da Associação Brasileira de energia solar fotovoltaica (ABSOLAR), em discurso. “Nós vivemos um momento inacreditável, para que não votem. Racionamento! Estamos falando de racionamento, que absurdo.  Bandeira Vermelha! Falam que a energia solar faz mal para o pobre, mas é a bandeira vermelha que faz mal para o pobre! Quanto mais solar, menos bandeira vermelha. Que Brasil é esse? Que está discutindo se vai votar ou não votar um projeto de lei para pagar 27% para distribuidoras? Não faz sentido”, completou o Presidente.

Ronaldo Koloszuk, Presidente do Conselho da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

Segundo o Presidente , a maioria dos Deputados é a favor do PL 5829. “Onde falta água sobra sol. Vai ter que ter muito esforço para que aprovem o projeto de lei. Precisaremos ter força, para que consigamos vencer mais essa etapa”, completou Ronaldo.

Barbara Rubim foi outra representante da ABSOLAR que discursou no evento. “O monopólio sempre vai lutar contra a democratização, só que quando eu olho para vocês, eu vejo mais de um milhão de empregos que o nosso setor vai gerar para o Brasil nos próximos 30 anos. Vejo a economia de mais de 150 bilhões de reais, que a energia solar vai trazer somente desligando termelétricas que encarecem a conta de luz do brasileiro”, disse a Vice-Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). “Se o congresso representa o povo, muito em breve nós vamos ter aprovado o marco legal que permite e dá segurança para o consumidor gerar sua própria energia, e ajudar no desenvolvimento econômico e ambiental do nosso país. Eu acredito nisso.”

Bárbara Rubim, Vice-Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

Outra associação que esteve presente no manifesto, foi a ABGD, Associação Brasileira de Geração Distribuída, que foi representada por Carlos Evangelista, Presidente e cofundador da ABGD. “Esse evento é importante, pois nós queremos sensibilizar nosso parlamento mostrando, o quanto a energia solar fotovoltaica e a geração distribuída vão contribuir para o sistema elétrico brasileiro e para os 84 milhões de brasileiros que querem ter a chance e o direito de produzir a própria energia”, disse Carlos. “Movimentos como esse, colocam o Brasil no primeiro mundo e no século XXI para o desenvolvimento de empregos, sustentabilidade e energia mais limpa e barata para todos”, completou.

Carlos Evangelista, Presidente ABGD – Associação Brasileira de Geração Distribuída.

O Movimento Solar Livre, é um grupo que trabalha duro para que o PL 5828 entre em pauta. Coordenados por Hewerton Martins, Presidente e fundador do movimento, a organização foi responsável pelo manifesto e após o encerramento seguiu em luta da energia solar, pelos gabinetes dos deputados. “Nós começamos a desenvolver a ideia da manifestação, há duas semanas. Essa luta já vem do Hewerton, pelo MSL e pelas associações. Ele me ligou há duas semanas, dizendo que ia desistir, pois o PL havia mudado, e ele estava sem esperança,” disse Rodrigo Corrêa, Presidente da AGESOLAR- RS. “Falei para ele não desistir, que iria ajudá-lo. Ele precisava de reunião com o governo, pois só o governo podia ajudar. Nós marcamos com ministro Onyx Lorenzoni, junto ao gabinete do palácio do planalto, e agora seguimos na luta”, completou.

Rodrigo Côrrea, Presidente da AGESOLAR- RS.

“O texto da ANEEL pode entrar sim. Eu digo há qualquer momento, porque é uma decisão de diretores da ANEEL. Se isso acontece, ninguém mais vai viver e comer de energia solar. Vai ter que aprender a fazer outra coisa,” disse Hewerton Martins, presidente e fundador da MSL. “Faz sentido ignorar o sol? Faz sentido ignorar os empregos em nossas cidades? “, indagou Hewerton. O presidente ainda relatou que está há 19 meses na luta pelo marco legal da energia solar.

Hewerton Martins, Presidente e fundador do Movimento Solar Livre (MSL).

Resultado

A manifestação teve forte repercussão nas mídias digitais. Portais online e canais de TV noticiaram a manifestação, e foram fundamentais para a aumentar a visibilidade da ação. Após o manifesto, coordenadores seguiram passando por gabinetes. Alguns se encontraram com o Presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na saída do Palácio da Alvorada, e passaram a atual situação para o chefe executivo. Em respostas aos questionamentos, o presidente disse que “é um crime tentar dificultar o crescimento da energia fotovoltaica no país”. Apesar do posicionamento a favor, o Presidente relatou que, “não manda no parlamento” e que as decisões não dependem somente dele. Ainda em resposta, o líder confirmou que a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), pode tomar uma decisão independente, decidindo o futuro da energia solar no Brasil, há qualquer instante.

Brasil, diga sim à energia solar.

A expectativa agora, é que o PL entre em pauta para ser votado, nas próximas semanas. O manifesto mostrou força e os líderes seguem pressionando os deputados por um marco legal para a solar. Confiantes no resultado e com esperança em melhorias para o setor, o público desse mercado aguarda por um marco legal e afirma. “O Brasil precisa da energia limpa”.

Considerações

O manifesto aconteceu graças à ajuda de diversas empresas e players espalhados pelo território nacional. As doações permitiram um manifesto organizado e bem estruturado. Os participantes cumpriram com as medidas de segurança e tudo correu como esperado. Dentre as empresas, está a I.S Brasil Solar, que ajudou com uma doação e fez a cobertura do manifesto para o Movimento Solar Livre (MSL).

A I.S Brasil esteve presente no manifesto em prol da energia solar.

Segundo líderes da associação, as empresas foram fundamentais, pois agregaram com público, voz e esperança para um setor que está ligado ao futuro. 150 empresas fizeram doações para a realização do manifesto.

O manifesto contou com a presença de diversas empresas nacionais.

A I.S Brasil apoia o Movimento Solar Livre e faz sua parte na defesa da energia solar no Brasil. Desde o início do ano, os colaboradores e integradores têm mandado mensagens para os deputados pressionando a votação do PL 5829.

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