Por que seus sistemas fotovoltaicos não podem sair de uma “linha de produção”?

17 nov 2021

A maioria das empresas integradoras no mercado de micro e minigeração distribuída trabalham com um grande número de clientes ativos, ou seja, clientes que estão aguardando alguma ação da empresa, seja ela comercial ou operacional.

Este grande número de clientes geralmente cria uma instabilidade nos processos da empresa, culminando em uma sensação de baixa eficiência da equipe.

Alguns exemplos:

Alguns dos problemas mais comuns no mercado de micro geração são:

– Entrega de materiais errados (ou no momento errado) na obra;

– Falta de maquinário adequado para execução de certas atividades;

– Falha no escopo do projeto, levando a necessidade de adequações de projeto ou implantação;

Para mini geração, os problemas mais comuns são:

– Dificuldade de se fazer o orçamento correto (falha nas estimativas de custos);

– Dificuldade na limitação de escopo do projeto.

– Para entendermos o que nos leva a tantos problemas recorrentes, precisamos entender alguns conceitos:

Definição de projetos e processos

De acordo com as principais metodologias de projetos, um projeto é “um empreendimento único, com começo, meio e fim definidos” ou ainda “um esforço temporário para se criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”.

Já um processo é “um trabalho contínuo e repetitivo, uma série de passos sequenciais adotados por uma organização para produzir um resultado desejável”.

De onde vem a ideia de “linha de produção”?

As empresas integradoras, com grande número de propostas comerciais e vendas realizadas, tendem a tratar seus sistemas/usinas fotovoltaicas como o produto resultante de uma “linha de produção de ações” dentro da empresa, uma sequência de atividades idênticas cumpridas por pessoas cumprindo uma função específica em todos os projetos.

Isso significa que estão tentando tratar empreendimentos únicos, que tem começo, meio e fim como uma ação repetitiva com passos sequenciais. Traduzindo, estão tratando projetos como processos.

E qual o problema?

Como as definições acima mostram, um projeto é um empreendimento único, ou seja, ele tem detalhes que fazem com que seu resultado seja único.

Isso é totalmente aderente aos projetos de micro e minigeração distribuída, pois cada um tem cliente, localização, potência, tipo de usina, necessidade de geração de energia, cronograma, custos, requisitos do cliente, partes interessadas, cronograma, custos e muitas outras coisas únicas, e não repetitivas.

Como controlar todos estes detalhes, entregando o projeto completo e sem erros, tratando cada “contrato” como uma entrada e saída de um processo, repetitivo e com o mesmo produto final? Impossível.

O tratamento de processos como projetos, sem um responsável por todos os passos, nos leva a:

– Equipe não conhece os requisitos que fazem aquele projeto ter sucesso ao final (os detalhes que o tornam único), e quando estes requisitos “aparecem” no projeto, geram retrabalho e prejuízo;

– Orçamentos errados e falta de otimização de preços de venda;

– Falta de lições aprendidas que ajudam a reduzir problemas parecidos em projetos futuros (vamos falar de planejamento em outros textos);

– Falta de sequenciamento adequado de atividades, levando a desorganização tanto dentro do escritório quanto na obra.

A presença de um gerente de projetos, ou responsável pelo projeto, serve para que todas as informações, detalhes, requisitos e necessidades do projeto sejam conhecidas por, pelo menos, uma pessoa. Este gerente de projetos, junto com a metodologia de gerenciamento de projetos definida para a empresa, são responsáveis por todos os integrantes da equipe conhecerem o critério de sucesso de sua própria atividade e entrega.

Como um Gerente de Projetos ajudaria nos problemas exemplificados?

– Lista de materiais resultante de um projeto executivo que respeita todos os requisitos do projeto, e materiais enviados no momento correto para a obra evidenciando um bom sequenciamento de atividades;

– Planejamento das atividades relacionando custos de maquinário, qualidade da atividade, duração da atividade (adequação de custos e cronograma);

– Coleta de requisitos completa leva ao escopo mais bem definido, considerado nas etapas de projeto executivo, planejamento de obra e implantação;

– Orçamento (preço de venda) leva em consideração todas as atividades e produtos que serão entregues no projeto, evitando surpresas e prejuízos;

– Definição correta do escopo evita que custos e tempo extras sejam adicionados ao projeto através de “pedidos” de última hora do cliente. Melhora a definição contratual.

Como podem ver, uma simples mudança na visão do seu projeto levará a tão esperada eficiência operacional e diminuição de custos.

Sua empresa pode estar atacando o problema certo, de maneira errada!

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